História & Cultura

Com uma história centenária, Penha traz aos seus visitantes muito conhecimento, construções e manifestações culturais ricas, muitas delas atravessando gerações.

Capela São João Batista

Uma das construções mais antigas do estado de Santa Catarina, a Capela São João Batista foi concluída no ano de 1759 e atualmente é tombada como patrimônio histórico estadual. 


Tradições dos antepassados afirmam que o óleo de baleia foi um dos componentes da argamassa da capela e há algumas histórias populares que contam sobre poderosos da época que estariam enterrados sob o piso na entrada da edificação. 


A vista da entrada é espetacular, com o mar e a luz do sol refletindo sobre as águas da enseada de Armação, os barcos e as morrarias que chegam até a região da Praia do Quilombo, no centro.


Ponta da Vigia

O morro que avança sobre o oceano ganhou este nome desde os tempos da armação baleeira que originou a região do Itapocoroy. Por sua vista privilegiada, era o local onde ficava um "vigia" observando a aproximação das baleias e, assim, poder avisar aos outros caçadores que podiam sair em busca dos enormes animais que faziam a economia da região.


Os caçadores à espera ficavam na pequena praia aos pés da morraria, que ficou conhecida como Praia da Paciência justamente pelo tempo em que ficavam aguardando o sinal do vigia, o que exigia paciência.


Hoje a Ponta da Vigia é um parque municipal natural que vem recebendo estruturas como mirantes para que os visitantes possam contemplar todas as belezas que rodeiam o local, entre elas as praias do Poá e Grande, a Ilha Feia e, em épocas de céu bem claro e limpo, é possível avistar a Serra do Mar na divisa com o estado do Paraná, a mais de 100 km de distância.  

Sambaquis e Oficinas Líticas

SAMBAQUIS são verdadeiros livros de história naturais, que trazem os registros dos primeiros habitantes da região. Formados por conchas, ossos e pedras, eram usados como depósitos e até como cemitérios. 


Ao longo dos milhares de anos tornaram-se partes do sedimento e hoje são atrativos para quem busca conhecer mais sobre a história da região e os costumes dos antigos indígenas. Encontrados em vários pontos de Penha, estão mais evidentes na região da Ponta da Cruz, ao final da Praia do Cascalho.


Já as OFICINAS LÍTICAS são locais onde os antigos indígenas usavam as rochas como instrumentos para a fabricação de instrumentos de caça e pesca, afiação desses instrumentos e também como cozinhas rudimentares em "panelas" escavadas nas pedras. Também estão em vários pontos da costa, mas de forma mais evidente entre as Praias da Saudade e Bacia da Vovó, no Centro.

Manifestações Culturais

Bandeira do Divino - Igreja Matriz

Consertada na BNT Mercosul

Mastro de São Sebastião
na Capela São João Batista

A riqueza cultural de Penha se manifesta de diversas maneiras, mesclando tradições herdadas dos indígenas, dos açorianos que aqui se estabeleceram e também das muitas outras etnias que ajudaram a fazer a história da região. 

Uma das mais antigas manifestações culturais está na FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO, tradição religiosa com quase 200 anos e que movimenta várias cidades da região. Anualmente, no mês de maio, acontece a festa principal que incluem celebrações, canções e rituais passados de geração para geração. 


Um Imperador e a Imperatriz são eleitos ao final de cada festa para preparar a do próximo ano. Ao longo desse período acontecem as confecções das vestimentas típicas e muitas visitas dos foliões a famílias da região, onde as músicas típicas, orações e troca de culturas manifestam a devoção ao Divino Espírito Santo e muita fé.

Outra manifestação religiosa é a festa do MASTRO DE SÃO SEBASTIÃO, que geralmente acontece no mês de janeiro e também é conhecida popularmente como "puxada do mastro". Penha é o único município de Santa Catarina onde esta tradição é comemorada, nas regiões de Armação do Itapocorói e Santa Lídia. 


Não há registros oficiais, mas estudos de historiadores apontam que esta manifestação venha do Século XVIII, com os primeiros portugueses vicentistas que aqui chegaram, com rituais e cancioneiros únicos.

Tradições se manifestam também no artesanato e na gastronomia, com destaque a CONSERTADA, uma bebida que vem sendo resgatada para se tornar um patrimônio cultural nas cidades de base açoriana. 


Contam os estudos que a bebida foi criada por mulheres, a partir da mistura de cachaça, café, açúcar, ervas e especiarias como gengibre e cravo-da-índia. Essa mistura literalmente "consertava" a digestão e se tornou bem popular até quase se perder no tempo. Além desses ingredientes básicos, cada receita tem o seu "segredo" que faz com que cada consertada tenha um sabor próprio - por sinal, delicioso!